Os dinossauros habitaram o nosso mundo e até hoje constituem um grande mistério para os cientistas. A cada nova pesquisa, a cada descoberta, mais pontos são revelados e cada vez que uma dúvida é esclarecida, surgem outras ainda mais misteriosas. Um estudo realizado na região norte da Alemanha encontrou grandes pegadas de dois dinossauros fossilizadas na areia. Os rastros estavam lado a lado, formando uma caminhada de aproximadamente 25 pegadas, e foram deixados há aproximadamente 142 milhões de anos.
A pesquisa foi realizada pela recém-mestrada em Biologia na Universidade do Sul da Dinamarca, Pernille Troelsen. Segundo ela, não é possível confirmar se os dois rastros foram feitos ao mesmo tempo, mas dentro de uma das possibilidades, a descoberta sugere que os dois animais estavam andando juntos pela praia. Outros estudos que constataram possíveis hábitos sociais dos dinossauros são uma das premissas que podem reforçar essa hipótese.
Os costumes de caçar juntos e de pais que passavam o dia cuidando de suas crias, bem como as constatações de espécies de dinossauro bem sociáveis se somam ao fato de que os dois rastros encontrados apresentam pegadas com tamanhos distintos. Segundo Troelsen, eles poderiam ser pai e filho realizando alguma dessas atividades, possuir algum parentesco ou fazer parte do mesmo grupo.
Entretanto, elas também podem ter sido deixadas com muitos anos de diferença, o que, segundo a bióloga, poderia significar que um animal estava andando no rastro de outro aleatoriamente. “Nós podemos ver também rastros de iguanodonte (espécie grande e herbívora) cruzando os caminhos mais de uma vez, o que indica que havia um certo movimento na área”, completou Troelsen. Ela citou ainda que há diversos estudos que acharam pegadas em países europeus como a Inglaterra, norte da Alemanha e Espanha, a maioria sendo do período Cretáceo inferior, há aproximadamente 140 milhões de anos.
A visão que possui como bióloga contribui para esse tipo de estudo, afirmou a pesquisadora, por oferecer conhecimentos sobre o comportamento de cada animal. Essa atribuição somou, à visão científica, uma perspectiva diferente, analisando como os dinossauros eram, socialmente falando.
De qualquer forma, a maior contribuição dessa pesquisa é com relação ao levantamento para saber que tipo de dinossauro habitava a região.
Dados sobre a pesquisa
Estudos como o apresentado por Pernille Troensen vem sendo feitos há mais de dois séculos na região. Os pesquisadores exploram a Formação alemã de Buckerberg em busca de rastros e pegadas de dinossauros, em sua maioria, fossilizadas no arenito de quartzo. Contudo, no caso do trabalho realizado por Troensen, a pesquisa foi feita em uma camada de xisto limoso sedimentoso.
De acordo com a bióloga, as pegadas analisadas são de dois dinossauros carnívoros do gênero Megalosauripus. Eles tinham o mesmo tamanho dos Velociraptor e também eram caçadores ágeis que se equilibravam sobre duas patas. O animal mais alto possuía provável 1,6 metro, enquanto o menor tinha 1,1 metro de altura.
A pata do menor possuía entorno de 23,5 cm, o equivalente a um calçado número 35 no Brasil. Já as do grande, o comprimento era de aproximadamente 33,5 cm, medida que ultrapassa a do pé de um homem que calça 47. Os rastros também sugerem que os dois dinossauros estavam em baixa velocidade, como se fosse um passeio, sendo que o menor caminhava em uma velocidade média de 9,7 km/h e o maior, a 6,3 km/h. De acordo com Troelsens, as velocidades estimadas ficam bem abaixo da média que esse tipo de dinossauro poderia alcançar, calculada em aproximados 40 km/h.
As pegadas mostram pequenas derrapagens em alguns pontos, como deslizamentos na areia molhada. Elas também indicam que em alguns pontos o dinossauro menor pode ter apertado o passo para acompanhar o outro. Isso, é claro, se eles realmente estiveram juntos no local.
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