RIO — O cemitério de dinossauros Cleveland-Lloyd é considerado a mais densa coleção de fósseis jurássicos do mundo. Desde a descoberta, nos anos 1920, mais de 15 mil ossos já foram retirados do local, e milhares ainda não foram escavados. Ao longo dos anos, muitas teorias para a formação desse sítio arqueológico foram levantadas. Teria o local servido como armadilha de predadores, ou teriam os animais ficado presos na lama? Agora, um novo estudo fornece uma resposta: os animais foram arrastados para o local.
O primeiro ponto que chamou a atenção foi que o cemitério é dominado por restos de alossauros, fato incomum. Por meio da análises dos fósseis e dos minerais nas camadas sedimentares, os pesquisadores tentaram reconstruir a história dos depósitos. Os resultados indicam que o local era uma lagoa, e as carcaças dos dinossauros eram arrastadas para lá durante inundações.
Os corpos em decomposição criaram um ambiente impróprio para peixes e crocodilos, o que explica a inexistência de fósseis desses animais. E as carcaças podres também não eram consumidas por outros dinossauros, por isso não existem marcas de dentes nos ossos encontrados.
— Nós estamos encontrando alguns consensos entre as muitas hipóteses sobre Cleveland-Lloyd — disse Jonathan Warnock, da Universidade Indiana, na Pensilvânia, em entrevista à “Newsweek”. — Muitas ideias foram apresentadas para explicar Cleveland-Lloyd, cada uma com seus problemas. Nós encontramos evidências de inundações, secas e inchaço e flutuação das carcaças, assim como toxicidade.
Entretanto, Warnock afirma que o trabalho não é conclusivo, e novos estudos ainda serão realizados com análises geoquímicas e isotópicas. Os pesquisadores também pretendem se debruçar sobre os fósseis de algas. Mesmo assim, um outro mistério continua: por que existem tantos fósseis de alossauros?
— Esta é a pergunta de US$ 1 milhão — disse Warnock. — Nós pretendemos realizar pesquisas futuras para determinas se os alossauros morreram juntos e foram levados para a lagoa ou representam indivíduos que morreram e foram arrastados.
Warnock especula que poderiam existir muitos pequenos predadores, como o alossauro, em relação a um número menor de grandes herbívoros, como o saurópode.
— Essa pode ter sido a norma jurássica. Nós esperamos compreender a dinâmica populacional do período — disse.
Para responder a essa pergunta, os pesquisadores pretendem compreender melhor a dimensão das inundações, para determinar se uma população inteira de dinossauros foi arrastada ou se inundações não muito intensas carregaram um número comparativamente maior de alossauros.
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