Um caçador encontrou por acaso, nos montes do estado de Montana, os restos de um réptil extraordinário, que viveu há 70 milhões de anos numa região marinha onde hoje está localizada a América do Norte.
“Os representantes desta espécie de répteis são conhecidos por ter um pescoço muito longo, que chega a ter até 76 vértebras. Quando desenterrámos este esqueleto, ficamos muito surpreendidos — no seu pescoço havia cerca de 40 vértebras “, conta o paleontólogo Patrick Druckenmiller, investigador da Universidade do Alasca.
Segundo descreve Druckenmiller num artigo publicado esta quarta-feira no Journal of Vertebrate Paleontology, o animal é um parente do mítico monstro do lago Ness.
Os restos do gigantesco animal foram encontrados por acaso por um caçador, em novembro de 2010, nas montanhas do estado do Montana. David Bradt estava há horas a caçar, quando encontrou um ribeiro e desceu para beber água.
Nessa altura, conta Pat Druckenmiller, que Bradt notou algo parecido com um tronco de árvore afundado. O caçador tentou apanhar o “tronco”, que na realidade se tratava dos fósseis de um enorme réptil.
Ao estimar o tamanho da criatura, Bradt pensou que poderia ter encontrado o esqueleto de um tricertops, dinossauros habitualmente encontrados no nordeste dos EUA.
O caçador enviou uma foto da sua descoberta a paleontólogos da Universidade do Alasca – que, depois de desenterrarem os restos do animal, imediatamente concluíram que estavam perante um espécimen que não vivia na terra, mas no mar.
O animal é um representante da espécie do elasmossauro, ou seja, um réptil pré-histórico da ordem Plesiosauria, que viveu numa época muito longínqua: o período Cretáceo.
Quando este “primo” do monstro do lago Ness era vivo, o continente americano era uma região marinha, completamente diferente da actual. Na região onde viveu a criatura misteriosa, está agora localizada a América do Norte.
Duas ilhas gigantescas ocupavam a região — Laramidia e Appalachia. A linha de divisão entre elas alcançava centenas de quilómetros, onde hoje se encontram o estado do Montana, outros estados do centro dos Estados Unidos e algumas províncias canadianas.
O pequeno número de vértebras do réptil, que recebeu o nome de Nakonanectes bradti em homenagem a Bardt e aos índios locais, surpreendeu os cientistas, pois significa que no fim do período Cretáceo tanto havia répteis com pescoços longos como curtos. No entanto, esse facto contradiz a principal teoria da sua evolução.
A descoberta significa, de acordo com Druckenmiller, que os elasmossauros poderão ter existido em etapas diferentes da evolução devido às mudanças nas condições climáticas do seu ambiente.
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