Até a descoberta, acreditava-se que os animais pertencentes ao grupo apenas botavam ovos para sua reprodução
fóssil de uma criatura do mar de 250 milhões de anos foi encontrado na China com um animal da mesma espécie enrolado dentro dela. A descoberta, publicada no periódico Nature, pode indicar o primeiro caso de "gravidez" em um grupo evolutivo antes conhecido apenas por botar ovos.
O Dinocephalosaurus provém de um grupo de antigos répteis chamado de archosauromorpha, ao qual pertencem animais ovíparos. O animal marinho possuía um longo pescoço, o qual utilizava para caçar suas presas, na maioria peixes. A espécie vivia nos oceanos de pouca profundidade do sul da China, durante o período Triássico Médio.
No momento em que os especialistas encontraram o fóssil do feto, acreditaram que se tratava de uma presa ingerida pela mãe. Mas ao examiná-lo melhor, descobriram que o filhote estava com a cabeça para cima, uma posição estranha, já que a maioria das criaturas engolidas pelo Dinocephalosaurus são abocanhadas primeiramente pela cabeça, conservando a disposição dentro da barriga.
Depois de analisar melhor, os cientistas viram que o feto era, na verdade, um exemplar da mesma espécie da mãe. O achado, segundo eles, pode trazer novos insights no estudo da evolução reprodutiva das espécies.
Segundo os pesquisadores, a reprodução por gestação geralmente está ligada à determinação de sexo através de atributos puramente genéticos. O que acontece com os ovíparos é diferente. Alguns crocodilos, por exemplo, acabam tendo o gênero de seus filhotes definidos de acordo com a tempertaura do ninho. A hipótese é que o Dinocephalosaurus só conseguiu se tornar aquático por causa de sua habilidade de gerir seus filhotes dentro da fêmea, sem depender da temperatura.
Apesar dos especialistas acreditarem que esta seja a primeira espécie de archosauromorpha a não seguir o padrão ovíparo, Michael Caldwell, um perito em répteis marinhos extintos, explicou à National Geographic que a Choristodera, um réptil semi-aquático, também dá a luz a sua prole. Segundo ele, muitos cientistas consideram o animal parte da mesma categoria que o Dinocephalosaurus.
Mesmo assim, a descoberta é importante para entender os processo adaptativos dos animais. Esta é a primeira descoberta concreta sobre os hábitos reprodutivos da categoria antes do período Jurássico, apesar do grupo possuir aproximadamente 260 milhões de anos.
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