Ainda não é possível afirmar que espécie é inédita no mundo, diz professora.
Fóssil foi encontrado na zona rural do município de Sousa.
Um fóssil de um dinossauro da família titanossautidae foi descoberto na cidade de Sousa, no Sertão paraibano, por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O estudo que resultou na descoberta começou depois que um fóssil, que seria uma fíbula – osso da perna do animal – foi encontrado na zona rural do município. O dinossauro está sendo chamado informalmente pelo apelido de Sousatitan, que significa o Titã de Sousa, e pode ser de uma espécie inédita.
Ainda de acordo com o grupo de pesquisa, a estimativa é de que o titanossauro tenha habitado a região há cerca de 130 milhões de anos e tenha vivido na região fluvial do Rio Piranhas. Segundo o grupo de pesquisa, o fóssil é um dos mais antigos já encontrados no Brasil.
Conforme a professora doutora Alcina Barreto, da UFPEx, o fóssil foi encontrado por um morador da cidade há dois anos, próximo a uma lagoa, que fica dentro de uma fazenda, na zona rural de Sousa. Essa é a primeira vez que fóssil dessa família de dinossauros é encontrado no Nordeste.
“O morador compartilhou as imagens em redes sociais e tomamos conhecimento. Com a ajuda da secretaria de turismo da cidade, nós recebemos o material, fizemos a retirada da rocha e iniciamos o estudo”, disse Alcina. Outros fósseis dessa família já foram encontrados no interior de São Paulo, segundo a pesquisadora.
De acordo com a pesquisadora o fóssil foi comparado com o de outras espécies. O grupo ainda recolheu uma lâmina do fóssil antes de devolvê-lo para o Vale dos Dinossauros, em Sousa.
“Com base no estudo da estrutura vimos que era de um titanossauridae bem jovem. Pois, pelo porte da espécie, o fóssil deveria ter um tamanho bem maior. A característica dessa espécie é o pescoço alongado”, disse a professora.
A pesquisadora explica que ainda não é possível afirmar se a espécie encontrada é inédita no mundo. “Infelizmente não podemos dizer que é uma nova espécie ainda. A fíbula não é suficiente para fazer uma descrição, identificação de um gênero ou espécie. A anatomia da fíbula classifica a nível família, no caso é titanosauridae. Por isso, é importante realizar mais pesquisa e coleta de novos fósseis para estudo. Os elementos ósseos mais importantes para a identificação de gênero ou espécie são crânio, cintura pélvica (bacia)”, explicou Alcina Barreto.
Além de professora Alcina Barreto, o grupo de pesquisa é liderado pela professora da UFPE, Aline Ghilardi, que foi primeira autora do trabalho, e também o professor da Universidade de São Paulo, Tito Aureliano.
Exposição
Segundo a diretora do Parque Vale dos Dinossauros, da cidade de Sousa, Alessandra Mariz, o fóssil vai ser exposto para a população no Museu dos Dinossauros. “Todos os estudos com fóssil já foram feitos e a peça devolvida. Por enquanto ela está guardada. Estamos esperando o grupo de pesquisa fazer uma divulgação com maiores detalhes sobre a espécie para poder expor”, disse.
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