Brasileiro encontra material importante em ossos de dinossauro

Uma equipe de cientistas britânicos, liderada por um brasileiro, anunciou uma descoberta que pode ajudar a esclarecer dúvidas históricas sobre a evolução dos dinossauros.
Para quem estuda estes gigantes, o Museu de História Natural de Londres é uma mina de tesouros.

O brasileiro Sergio Bertazzo encontrou dois quase por acidente. Ele é químico, não entende nada de dinossauro, mas foi a técnica usada por ele para pesquisar doenças do coração que mostrou o que tem dentro dessas ossadas. O microscópio de transmissão eletrônica aumenta a imagem um milhão de vezes. E quando Sergio botou os ossos ali dentro... "O que a gente conseguiu ver foram umas fibras, que pareciam com uma fibra de colágeno de um osso moderno. E a gente não estava esperando isso de jeito nenhum", conta, o professor da University College London.

O colágeno, uma proteína das células animais, já foi encontrado antes em fósseis, mas os cientistas acreditavam que isso era raro. Foi ainda mais surpreendente quando Sérgio e a paleontóloga Susannah Maidment encontraram glóbulos sanguíneos na garra.

Susannah conta que a descoberta pode levar à resposta de grandes dúvidas: os dinossauros tinham sangue frio, como os répteis atuais? Se sim, como então deram origem às aves, que têm sangue quente?

A pesquisa abriu as portas para desvendar muitos mistérios dos dinossauros. Se acharam células de sangue numa garra, os cientistas já imaginam o que pode haver escondido num pedaço de cauda. Ou em todos os fósseis guardados no museu. Ou em todos os museus do mundo. Os velhos ossos ainda têm muita história para contar.

Só o museu de Londres tem 8 milhões de fósseis. Se cada um tiver um segredo escondido, osso por osso, o gigantesco quebra-cabeça do passado do nosso mundo fica mais perto de ser montado.